Gerard J. Tortora e Bryan Derrickson | Princípios de Anatomia e Fisiologia

184 PRINCÍPIOS DE ANATOMIA E FISIOLOGIA epífises de um osso longo e suprem a medula óssea vermelha e a amarela e o osso esponjoso das epífises. As veias que transportam o sangue dos ossos longos são eviden- tes em três sítios: (1) Uma ou duas veias nutrícias acompanham a artéria nutrícia e saem pela diáfise; (2) numerosas veias epifisárias e veias metafisárias acompanham suas respectivas artérias e saem pelas epífises e metáfises, respectivamente; e (3) muitas veias pe- riosteais pequenas acompanham suas respectivas artérias e saem pelo periósteo. Os nervos acompanham os vasos sanguíneos que suprem os ossos. O periósteo é rico em nervos sensoriais, alguns dos quais transmitem sensações de dor. Esses nervos são principalmente sensíveis a lacerações ou tensões, o que explica a dor intensa re- sultante de uma fratura ou um tumor ósseo. Pelo mesmo moti- vo, observa-se alguma dor associada a uma biopsia com agulha da medula óssea. Nesse procedimento, uma agulha é inserida na região central do osso para retirar uma amostra de medula óssea vermelha para examiná-la em condições, tais como leucemias, neoplasias metastáticas, linfoma, doença de Hodgkin e anemia aplásica. Conforme a agulha penetra no periósteo, a dor é sentida. Depois de finalizada a passagem da agulha, há pouca dor. Formação óssea inicial em um embrião e no feto Primeiro consideraremos a formação inicial do osso em um em- brião e no feto. O “esqueleto” embrionário, inicialmente composto de mesênquima na forma geral dos ossos, é o local onde a forma- ção da cartilagem e a ossificação ocorrem durante a sexta semana de desenvolvimento embrionário. A formação óssea segue um dos dois padrões. Os dois padrões de formação óssea, que envolvem a substitui- ção de um tecido conjuntivo preexistente por osso, não levam a diferenças na estrutura dos ossos maduros. Eles são simplesmente dois métodos diferentes de desenvolvimento ósseo. No primeiro tipo de ossificação, denominado ossificação intramembranosa ( intra- = dentro; -membrana = membrana), o osso se forma di- retamente dentro do mesênquima, que está disposto em camadas laminares semelhantes a membranas. No segundo tipo, a ossifica- ção endocondral ( endo- = dentro; -condral = cartilagem), o osso se forma dentro da cartilagem hialina que se desenvolve a partir do mesênquima. Ossificação intramembranosa. A ossificação intramem- branosa é o mais simples dos dois métodos de formação óssea. Os ossos chatos do crânio, a maioria dos ossos da face, mandíbula e a parte medial da clavícula são formados dessa forma. Além disso, as “regiões moles” (fontanelas ou fontículos) que ajudam o crânio do feto a passar pelo canal do parto endurecem posteriormente à medida que sofrem ossificação intramembranosa, que ocorre da seguinte forma ( Figura 6.5 ): 1 Desenvolvimento do centro de ossificação . No sítio onde o osso se desenvolverá, mensagens químicas específicas causam o agrupamento e diferenciação das células do mesênquima, primeiramente em células osteoprogenitoras e depois em osteoblastos. O local desse agrupamento é denominado cen- tro de ossificação . Os osteoblastos secretam a matriz extrace- lular orgânica dos ossos até que sejam envoltos por ela. 2 Calcificação. Em seguida, a secreção da matriz extracelular é interrompida e as células, agora chamadas osteócitos, resi- dem nas lacunas ósseas e estendem seus estreitos processos citoplasmáticos para os canalículos ósseos que irradiam em todas as direções. Dentro de alguns dias, o cálcio e outros sais minerais são depositados e a matriz extracelular endurece ou calcifica-se (calcificação). 3 Formação de trabéculas ósseas. À medida que a matriz extra- celular óssea se forma, desenvolve-se em trabéculas ósseas que se fundem para formar o osso esponjoso ao redor da rede de vasos sanguíneos no tecido. O tecido conjuntivo associado aos vasos sanguíneos nas trabéculas ósseas diferencia-se em medula óssea vermelha. 4 Desenvolvimento do periósteo . Em conjunto com a formação de trabéculas ósseas, o mesênquima condensa na periferia do osso e se desenvolve no periósteo. Eventualmente, uma fina camada de osso compacto substitui as camadas superficiais do osso esponjoso, mas o osso esponjoso permanece no cen- tro. Grande parte do osso recém-formado é remodelada (des- truída e reformada) à medida que o osso é transformado em seu tamanho e forma na vida adulta. Teste rápido 12. Explique a localização e as funções das artérias nutrícias, forames nutrícios, artérias epifisárias e artérias periosteais. 13. Qual parte de um osso contém nervos sensoriais associados à dor? 14. Descreva uma situação em que esses neurônios sensoriais são importantes. 15. Como é realizada uma biopsia com agulha da medula óssea? Quais condições são diagnosticadas por esse procedimento? 6.5  Formação dos ossos OBJETIVOS • Descrever as etapas da ossificação intramembranosa e endocondral • Explicar como o osso cresce em comprimento e espessura • Descrever o processo envolvido no remodelamento ósseo. O processo pelo qual o osso se forma é denominado ossificação ( oss- = osso; -ficação = produção) ou osteogênese . A formação ós- sea ocorre em quatro principais situações: (1) a formação inicial de ossos em um embrião e no feto, (2) o crescimento dos ossos durante a primeira infância, a infância e a adolescência até atingir seu tamanho adulto, (3) o remodelamento ósseo (substituição de osso velho por tecido ósseo novo ao longo da vida) e (4) o reparo de fraturas (ruptura nos ossos) ao longo da vida.

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