Gerard J. Tortora e Bryan Derrickson | Princípios de Anatomia e Fisiologia
Capítulo 6 Sistema Esquelético: Tecido Ósseo 183 O tecido ósseo esponjoso compõe a maior parte do tecido ós- seo no interior dos ossos curtos, chatos, sesamoides e de formato irregular. Nos ossos longos, forma o núcleo das epífises abaixo da camada fina do osso compacto e forma uma borda estreita variável que contorna a cavidade medular da diáfise. O osso esponjoso é sempre coberto por uma camada de osso compacto para proteção. À primeira vista, as trabéculas ósseas do tecido ósseo esponjoso podem parecer menos organizadas do que os ósteons do tecido ósseo compacto. No entanto, elas são precisamente orientadas ao longo das linhas de tensão, uma característica que ajuda os ossos a resistir às tensões e a transferir força sem ruptura. O tecido ósseo esponjoso tende a ser localizado onde os ossos não estejam inten- samente tensionados ou onde as tensões são aplicadas a partir de várias direções. As trabéculas ósseas não conseguem seu arranjo final até que a locomoção seja completamente aprendida. Na ver- dade, o arranjo pode até ser alterado conforme as linhas de tensão mudam em decorrência de uma fratura mal cicatrizada ou uma deformidade. O tecido ósseo esponjoso é diferente do tecido ósseo compacto em dois aspectos. Primeiro, o tecido ósseo esponjoso é leve, o que reduz o peso total de um osso. Essa redução no peso permite que o osso se mova mais rapidamente quando puxado por um músculo esquelético. Segundo, as trabéculas ósseas do tecido ósseo espon- joso sustentam e protegem a medula óssea vermelha. O osso es- ponjoso nos ossos do quadril, costelas, esterno, vértebras, crânio e as extremidades proximais do úmero e do fêmur representa o único local onde a medula óssea vermelha é armazenada e, portan- to, o sítio onde a hematopoese (produção de células sanguíneas) ocorre em adultos. siderar o suprimento de sangue de um osso longo usando a tíbia madura (osso da canela) mostrada na Figura 6.4 . Os canais perfurantes ( canais de Volkmann ) são pequenos canais que transportam pequenas artérias do periósteo para o osso. Na diáfise de um osso longo, artérias periosteais , pequenas artérias acompanhadas por nervos, entram na diáfise através de numerosos canais perfurantes e entram nos canais osteônicos dos ósteons próximos da superfície. A partir desses canais osteônicos, os canais transversos transportam vasos sanguíneos de um canal osteônico para o próximo (ver Figura 6.3 A ). Próxima do centro da diáfise, uma grande artéria nutrícia en- tra no osso compacto em um ângulo oblíquo através de um furo chamado forame nutrício . Essa artéria passa por um pequeno ca- nal no osso compacto da diáfise denominado canal nutrício , que passa para a cavidade medular ( Figuras 6.1 e 6.4 ). Ao entrar na ca- vidade medular, a artéria nutrícia divide-se em ramos proximais e distais que se dirigem para cada extremidade do osso. Esses ramos suprem tanto a parte interna do tecido ósseo compacto da diáfise quanto o tecido ósseo esponjoso e a medula óssea vermelha e a amarela até as placas (ou linhas) epifisárias. A maioria dos ossos, como a tíbia, tem apenas uma artéria nutrícia que entra na diáfise; outros, como o fêmur (osso da coxa), contêm várias artérias. As extremidades dos ossos longos são supridas pelas arté- rias metafisária e epifisárias, que surgem de artérias que suprem a articulação associada. Essas pequenas artérias entram no osso através dos canais perfurantes. As artérias metafisárias entram nas metáfises de um osso longo e, juntos com ramos da artéria nutrícia, suprem a medula óssea vermelha e a amarela e o tecido ósseo esponjoso das metáfises. As artérias epifisárias entram nas Teste rápido 6. Por que o osso é considerado um tecido conjuntivo? 7. Quais fatores contribuem para a rigidez e a resistência à tração dos ossos? 8. Liste os quatro tipos de células no tecido ósseo e suas funções. 9. Qual é a composição da matriz extracelular do tecido ósseo? 10. Como os tecidos ósseos compactos e esponjosos diferem no aspecto microscópico, localização e função? 11. O que é uma cintilografia óssea e como ela é utilizada clinicamente? 6.4 Suprimento sanguíneo e nervoso dos ossos OBJETIVO • Descrever o suprimento sanguíneo e nervoso dos ossos. O osso é rico em sangue. Os vasos sanguíneos, que são particular mente abundantes em porções dos ossos contendo medula óssea vermelha, passam para os ossos a partir do periósteo. Vamos con- ? Onde as artérias do periósteo entram no tecido ósseo? FIGURA 6.4 Suprimento sanguíneo de um osso longo maduro . O osso é ricamente suprido de vasos sanguíneos. Cartilagem articular Artéria epifisária Linha epifisária Artéria metafisária Artéria periosteal Periósteo Artéria nutrícia Forame nutrício Osso compacto Cavidade medular Veia epifisária Veia metafisária Veia periosteal Veia nutrícia Epífise Metáfise Diáfise Tíbia parcialmente seccionada (osso da canela)
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